O assunto da revolução 4.0 é uma realidade para as empresas mundiais. Envolvidas na automação, na robótica, nos controles numéricos dos sistemas de produção, aos poucos vamos dando conta de que essa nova era tem impactos em diversos níveis, principalmente nas questões políticas, econômicas e sociais. Como disse o presidente do Fórum Econômico Mundial, o alemão Klaus Schwab sobre essa nova era “ela é plena de desafios, como também rica em oportunidades para tornar o mundo mais feliz”. Lendo assim, parece até utopia. Será? No mês de novembro foi realizada a terceira edição do WEB SUMMIT, em Lisboa, Portugal. Trata-se do maior evento dedicado à tecnologia, reunindo empreendedores, startups, líderes mundiais e todo tipo de gente ligada à área tecnológica. Boa parte das apresentações e palestras tocava nessa questão primordial: como ultrapassar os limites da tecnologia, fazendo com que empresas, governos e comunidades, se abram para identificar soluções que impliquem em mudanças profundas, de uma nova economia virtual e fluida e, ao mesmo tempo, de capital intensivo para lidar com a substituição de empregos humanos por máquinas.
A tecnologia por si só não inova. Quem produz inovação são as pessoas. Parece óbvio, mas nem sempre foi assim. Alguém pode até fazer uma descoberta isolada e solitária, mas só inova quem conhece e se relaciona com as pessoas. Afinal, pra que servem os avanços tecnológicos, se não para o beneficio da humanidade? A modernidade começou com o cristianismo e de lá pra cá muita coisa mudou. Toda época tem uma ordem dos sentidos com condições históricas, sociais e culturais. É o regime da significação do tempo, fazendo com que o hoje perca o seu sentido e vivamos o futuro que ainda está por vir. E esse futuro é a internet, que hoje é a alavanca de toda essa mutação tecnológica.
Com tantos desafios no mundo como fome, terrorismo, desastres naturais, poluição, doenças, alterações climáticas, fluxos migratórios e guerras, ainda muito lentamente estamos nos dando conta de que essa grande aldeia chamada mundo, carece de cuidados que só o desenvolvimento tecnológico sustentável será capaz de promover. Enfim, continuaremos vivendo com as incertezas que a tecnologia ainda está por descobrir.
Fernando Manhães – É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da UFES.