Como será o futuro do mercado imobiliário? Essa pergunta foi o tema da conferência da consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, realizada em Lisboa. A principal conclusão é de que o setor não passará imune à revolução gerada pela tecnologia e dos novos hábitos de consumo. É só uma questão de tempo. O mercado da construção civil é formado por uma cadeia produtiva longa, mas em boa parte do mundo ainda oferta produtos para depois saber se tem demanda para eles. A economia compartilhada vem avançando aos poucos, no segmento.

As cidades que sofrem com a questão da escassez de espaços, já repensam a maneira de construir e comercializar os seus produtos. Segundo o Diretor de Estratégia da C&W, Richard Pickering “a servitização dos edifícios habitacionais e de escritórios, com os promotores imobiliários, criaram ecossistemas onde comunidades de residentes e de trabalhadores partilham cada vez mais serviços e espaços comuns, desde salas de reuniões a cozinhas, de recepção a lavanderias, das creches às academias e dos bares aos restaurantes”.

Por outro lado, existem outras questões para influenciar o setor: o sistema construtivo, o design, os desafios climáticos. Se no passado os elevadores permitiram a construção de prédios cada vez mais altos, hoje o desafio é imaginar o potencial disruptivo que está por vir. Sistemas de construção mais limpos, com menos desperdícios, mais leves, mais rápidos, mais ecológicos e mais baratos, vão mudar o que conhecemos hoje no Brasil.

Também na arquitetura os avanços serão visíveis. Trata-se de projetos com design e especificações de produtos que cada vez mais, levam em consideração os aspectos funcionais, com projetos multiusos e até totalmente flexíveis para atender as exigências específicas de cada cliente.

Segundo Diretor Geral da C&W, Eric van Leuven “As tendências é que vão ditar a forma como vivemos, trabalhamos, consumimos, construímos, comercializamos, financiamos e ocupamos o mercado imobiliário”. A proliferação de dados, as mudanças, o padrão de trabalho, a inclusão social, a mobilidade urbana, a longevidade humana e a mudança no estilo de vida, trarão novas demandas e o mercado imobiliário precisa estar preparado para enfrentar o que está por vir.

Fernando Manhães – É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da UFES