Pra que tanta propaganda? Essa é uma pergunta que muitas pessoas andam se fazendo pelo mundo. Na maioria das vezes, não creio que haja questionamentos sobre a sua eficiência, mas sim, sobre o impacto que ela exerce sobre nós. A publicidade ou propaganda comercial é uma ferramenta da comunicação que funciona de forma sedutora. É igual aum amigo. Se for chato, não dá para aguentar. Assim, na hora do intervalo comercial, o anúncio precisa trabalhar com coerência na estética e na mensagem para prender nossa atenção.

De uma forma ou de outra, estamos muito expostos aos meios de comunicação, mas a web de alguma maneira tem mudado isso. Nossa exposição aos meios sempre nos permite fugir dos anúncios chatos e sem interesse. No rádio, você troca de estação. Na televisão, troca de canal. No jornal e na revista, você passa de folha mais rápido. Já na mídia OOH (Out Of Home), em que não há conteúdo jornalístico, é necessária muita criatividade para nos atrair, pois sabemos de antemão que vamos encontrar apenas anúncios.

Entretanto, veio a internet e ela está mudando um pouco tudo isso. Os anúncios aparecem na nossa cara do nada. Eles estão infiltrados em vários tipos de plataformas e muitos nos seguem como assombração. É a tecnologia possibilitando diferentes formas de capturar o internauta, sem dó nem piedade. Talvez por isso cresça no mundo o número de internautas que não querem conteúdos publicitários. Mais de 420 milhões de pessoas já baixaram dispositivos de bloqueio, os chamados AdBlock.

No passado, muitos acreditaram que com o surgimento do controle remoto, os comerciais de TV estavam com os dias contados pela facilidade e comodidade do zapping, o que, na realidade, não ocorreu. A TV soube lidar com os seus limites e os publicitários souberam mostrar atratividade nos conteúdos comerciais. Os intervalos comerciais, até nos dias de hoje, têm baixo índice de rejeição.

A internet se utiliza de várias formas de conteúdo inspiradas nos outros meios e ainda busca uma forma própria de publicidade. Caberá aos publicitários encontrar os limites da internet que, ao mesmo tempo em que avança tecnologicamente, flerta com a invasão da privacidade e, assim, corre o risco de perder audiência e eficiência na sua propaganda.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES