O mundo vive um momento muito delicado do ponto de vista de saúde pública e econômica. Com o surgimento da pandemia da COVID 19, muitas medidas de natureza restritiva foram adotadas por diversos países. Entretanto, as consequências dessas restrições vão muito além. Vivemos num mundo totalmente globalizado em que o vírus se espalhou pelas cidades e que surtos como esse, podem fazer parte do nosso convívio.

Tudo isso nos abala de uma certa forma: para alguns afeta o psicológico, para outros, impacta nas questões sociais e para outros influencia nas questões econômicas e financeiras. O fato é que independentemente do Prisma pessoal, onde há muitas mudanças, certamente o comportamento humano passará por diversas transformações. Muitas dessas mudanças já estão acontecendo e outras acontecerão, seja pelo afastamento ou isolamento social ou pela privação da liberdade em função da quarentena. O mundo já não é o mesmo. Com o início da vacinação e a retomada econômica, os países, principalmente da Ásia e da Europa, estão lentamente estimulando suas atividades sociais, educacionais e empresariais. Ainda assim, vivemos uma era de pura incerteza.

Do ponto de vista econômico, o reflexo mais claro dessa pandemia é a recessão econômica e as perdas de postos de trabalho que o mundo vem sofrendo. E de que quantitativo estamos falando? Ninguém sabe exatamente. Vivemos com a insegurança do novo e do inesperado, com uma mistura de esperança para mantermos os mesmos hábitos de consumo e os mesmos costumes. Queremos voltar simplesmente à nossa vida. Sinceramente, não creio nesse novo normal.

Então que tal fazermos diferente? Como disse o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ao invés de voltar ao normal, que tal tornar a sociedade melhor? Revitalizar os valores de coletividade. Adquirir novos hábitos de colaboração, por exemplo, procurando sermos melhores juntos. Utopia? Pode ser. Porém a plenitude da revolução digital foi experimentada de forma abrupta pelas empresas e pela maioria de nós. De um momento para o outro, muitas empresas deixaram seus espaços físicos e deram continuidade aos trabalhos em home office, sem ter tempo de planejar nada. De uma hora para outra muitas delas fecharam e outras se arrastam com o que tem, como a única forma de sobrevivência. De repente as pessoas passaram a ter notoriedade em suas lives, nem sempre relevantes, que abundaram na grande rede. Passaram a conhecer mais sua casa. Fizeram centenas de videoconferências. Adquiriam novos hábitos e costumes.

E as incertezas não param por aqui. Segunda onda no Brasil. Terceira na Europa. Apesar do início da vacinação, ainda haverá um longo caminho a ser percorrido. Psicologicamente nosso desafio será ainda maior. Com o isolamento, o distanciamento social e a ansiedade por tudo isso, teremos novas mudanças no nosso dia a dia. O fim do ano está chegando. Renovemos nossas esperanças na ciência e no futuro. Serão novos e profundos desafios, nos quais não seremos meros expectadores e sim, atores relevantes. E mais do que isso: seremos aprendizes.