Tempos difíceis: pais e filhos que não se conversam, países que não se entendem, políticos que não falam com seus eleitores e marcas que não se comunicam com os seus clientes. O processo dinâmico da vida moderna, quer seja pelo estilo de vida que levamos, quer seja pelos hábitos que adquirimos, fazem infelizmente, nós nos afastarmos do convívio, do diálogo.

É difícil querer ouvir somente aquilo que se gosta, de ouvir como esse seu carro é bom. Falar apenas sobre o que te agrada. A divergência de pontos de vista não pode ser tratada como algo ruim ou errado. Apenas é um ponto de vista diferente do seu. Como agora, você que está lendo esse texto,
pode não concordar com ele.

O politicamente correto ficou chato e é exatamente por que os outros têm que pensar, falar e agir dentro de um determinado contexto, de acordo com as normas de conduta da sociedade, principalmente dentro da ótica do censo comum ou, dentro daquilo que no meu ponto de vista é o
correto.

Pelo lado mercadológico, as marcas precisam dialogar com seus clientes, que não devem e nem podem ser tratados como números ou meros consumidores de produtos e serviços. As marcas precisam fazer parte das nossas vidas. Precisam ser íntimas. Precisam quebrar o distanciamento gerado pela lógica de quem vende ou presta um serviço. Esse fator pode reverter totalmente a reputação das marcas. A forma como conhecemos e empregamos as técnicas de branding, onde a relevância é capaz de subverter a ordem das coisas, pode estar a um passo de ser mudada.

É interessante perceber as necessidades das marcas em comunicarem-se umas com as outras. Mas não para por aí. É necessário que as marcas dialoguem com as cidades, com o cidadão coletivamente, com as aldeias globais e com o seu público. Não é possível permitir que a tecnologia atrapalhe este diálogo, pois o que de melhor ela pode nos proporcionar é a inclusão, além de fazer parte das nossas vidas ela deve facilitar as nossas vidas.

É tempo de valorizar a inteligência, o diálogo. E então entraremos na era das pessoas felizes.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES