O mercado de plataformas que unem clientes e profissionais avançam com o aumento do acesso à tecnologia. Especialistas afirmam que há um potencial enorme para aplicativos inspirados no modelo Uber. Através destas plataformas é possível contratar de um simples serviço de conserto até uma consulta de um médico.

É uma verdadeira overdose de aplicativos e muitos deles cairão nas graças dos usuários enquanto outros só ocuparão espaço nos nossos smartphones e perderão a sua serventia.

Esse movimento de “uberização” engloba diversos setores, como estética, medicina, entregas, limpeza doméstica, manutenção automotiva, reformas, seguros, educação, culinária e muitos outros. A questão aqui é tentarmos analisar o que está por trás desses serviços. Fatores econômicos e comportamentais favorecem o surgimento desse tipo de atividade. Não podemos esquecer que um dos grandes diferenciais desse modelo de negócio é que utilizam profissionais para a complementação de renda e também permite contar com serviços em horários flexíveis e que, em sua maioria, são prestados por profissionais que, devido à situação financeira difícil, complementam sua renda através de uma atividade extra.

A mudança no modo como as novas gerações veem o trabalho impulsionaram esses tipos de negócios e as pessoas passaram a valorizar mais a
vivência, a experiência e a realização de projetos pessoais que as identifiquem, e menos a segurança de um emprego, por exemplo. É lógico que existem também os obstáculos nesses tipo de serviços. Destaco a questão da segurança, dos tributos e do vínculo de trabalho.

Contratar um médico ou mesmo um advogado é muito diferente do que um serviço de reparos. Por outro lado, a forma autônoma de trabalho com a prestação de serviços fixos para determinado aplicativo já começa a receber questionamentos sobre a questão de vínculo trabalhista.

Assim como os tributos, que também precisam de uma adequação, o assunto merece ser mais estudado para evitar interpretações equivocadas e conclusões precipitadas.

De qualquer forma, a “uberização” veio para ficar.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES