O marketing digital tem se utilizado de vários conceitos antigos como se fossem novos, com o propósito de melhor embasar suas estratégias. A tecnologia tem sido na maioria das vezes, o fator de inovação, seja na utilização de equipamentos, de softwares ou de aplicativos que envolvem os consumidores. Um exemplo disso é o conceito antigo da A I D A, sigla da expressão inglesa Attention, Interest, Desire & Action, modelo que busca ilustrar os passos dos consumidores durante todo o ciclo de compras.

O primeiro passo consiste em atrair a atenção das pessoas, o segundo em despertar o interesse das pessoas para o conteúdo, o terceiro é transformar esse interesse em desejo e por fim chegar à ação do consumidor, passo direto para a compra. Só para ilustrar, este termo é do início do século passado e até hoje continua sendo usado de forma atualizada, como um funil de vendas.

Neste contexto, nasceu a publicidade. Desde o seu surgimento, nos primórdios da Grécia antiga, quando os Arautos anunciavam as mercadorias em praça pública com os mesmos objetivos que temos hoje: despertar e persuadir as pessoas a comprarem suas marcas, serviços e produtos. Só que os consumidores se sofisticaram e na medida em que a tecnologia avança, a atração pela publicidade torna-se cada vez mais difícil, tanto em função da multiplicação dos meios como pela possibilidade de audiência em cascata para os consumidores.

O grande desafio da comunicação hoje é estabelecer novas relações com os seres humanos. Vivemos num mercado saturado de informações, que muitas vezes são apenas de interesse dos anunciantes e não das pessoas. Tornar o processo mais autônomo, com os próprios consumidores capazes de filtrar o que desejam ler, ouvir ou ver.

O futuro da publicidade é difícil de se prever. Entretanto, independentemente da forma, o seu conteúdo terá que estar em perfeita sintonia com as expectativas e os interesses das pessoas.

Fernando Manhães – É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da UFES.