Discutir a educação no Brasil e implementar ações práticas de reversão dos baixos índices de aprendizagem, me parece ser a única saída para melhoria do nosso país. O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que até 2024, pelo menos 25% dos alunos da educação básica, que compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, sejam atendidos em período integral. Só para efeito de comparação, no ano passado esse percentual era de 11,5%, muito
abaixo do esperado.

Os desafios de mudar a matriz do ensino para uma educação integral são enormes. Já faz bastante tempo que se discute e se tenta implantar no Brasil, modelos curriculares com os direitos da criança e do adolescente em ter uma educação de qualidade e, neste contexto, está incluído o ensino em tempo integral.

Não é de hoje que várias tentativas, muitas vezes isoladas, vão nesse sentido: os CIEPs do governo do Estado do Rio na década de 1980, idealizados por Darci Ribeiro; as Escolas Técnicas Rurais; e, aqui no nosso Estado, bem mais recentemente, temos a iniciativa do Governo estadual com a Escola Viva.

Não podemos esquecer que o formato da escola em tempo integral consiste na aprendizagem dos conteúdos previstos na base curricular, mas que as outras experiências de estudo servem para complementar esse conhecimento, associado ao prazer de aprender. É essa vivência que fundamenta a necessidade de uma escola em tempo integral.

O debate para 2018, nas eleições estaduais e do Governo Federal, está apenas começando. A implementação de propostas e ações para a educação de qualidade depende, não só da vontade política, mas também de uma ampla discussão com a sociedade. Além dos agentes públicos é necessário o envolvimento dos professores, pais, organizações, comunidades e de outros setores públicos: saúde, segurança, trabalho, assistência social, habitação e cultura.
Para revertermos os atuais índices e atingirmos o objetivo do Plano Nacional da Educação colocados no inicio desse texto, será preciso mais do que uma proposta ou ações isoladas, precisaremos exercer o nosso direito, com o voto em representantes alicerçados nos pilares da educação.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES