Quando viajei para Paris no início da década de 1990, resolvi alugar um apartamento em Saint-Germain des Près. Pense na dificuldade da escolha e na incerteza pelo o que você está se decidindo. Pois bem! Descobri uma empresa, a Paris Sejur Reservation (PSR), que possuía vários apartamentos para locação. Recebi um fax da PSR com as informações disponíveis e, posteriormente, fui até São Paulo para ver um book com as fotos dos apartamentos e fazer a minha opção.
Da última vez em que estive por lá, fiz a escolha através da internet: com fotos, vídeos e todas as informações necessárias para uma reserva on-line e, o melhor, com segurança na minha decisão.

O mundo está repleto de bens subutilizados. Com o uso da internet, esse mercado se tornou irreversível, com ganhos de eficiência e geração de novos empregos. Empresas da economia do compartilhamento estão crescendo e ofertando seus serviços por toda parte. Quando paramos para pensar quanto tempo passamos usando os bens que compramos, como carros, motos, lanchas ou até mesmo uma simples bicicleta?

Produtos de alto valor como apartamentos, casas de campo ou verão, aviões, helicópteros e iates já são compartilhados faz tempo. Companhias como a Airbnb de locação on-line, com mais de 1 milhão de imóveis pelo mundo, oferecendo um serviço diferente dos hotéis, já são uma realidade. O Uber é uma plataforma de compartilhamento que faz todo o sentido.

No mundo empresarial, empresas de telefonia compartilham antenas. Editoras de jornais e revistas compartilham a distribuição. Profissionais e empresas compartilham escritórios no modelo de coworking.

Agora, imagine os prédios comerciais que funcionam em horário de expediente normal sendo utilizados nas horas em que estão fechados? Escolas, igrejas, clubes, estádios, ginásios e tantos outros espaços estão subutilizados. Bem-vindos à era do compartilhamento.

Fernando Manhães

É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da Ufes