Recentemente o Governo Federal mudou o ministro da comunicação, com a entrada do marqueteiro Sidônio Palmeira. O publicitário baiano foi responsável pela campanha eleitoral do Lula em 2022. A mudança ocorreu após o presidente Lula declarar publicamente que a comunicação do seu governo não estava indo bem. O governo reconheceu dificuldades em comunicar suas realizações e enfrentava embate digital com os seus opositores.
Coincidência ou não, o sinal amarelo também surgiu com a queda de popularidade do presidente e de seu próprio governo que atingiu o seu pior patamar do início do governo. Avaliação negativa do governo superou a positiva pela primeira vez e ficou em 37%. Segundo a pesquisa Genial/Quaest somente 31% veem como positiva atuação do governo.
Após o Governo Federal decidir revogar a norma da Receita Federal sobre o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo o PIX, a Secretaria de Comunicação Social acionou suas agências de propaganda para solicitar uma nova campanha publicitária explicando a revogação e desmentindo a fake news sobre a taxação do PIX. Depois de toda essa polêmica sobre o monitoramento das transações do Pix, o governo percebeu a necessidade de ter uma estratégia e um plano de comunicação eficaz.
Aqui nos cabe perguntar: Será que o Governo acredita que uma campanha publicitária é o suficiente para resolver seus problemas de comunicação interna, onde ministros não se entendem e a ingerência política do Partido dos Trabalhadores acaba desvirtuando os benefícios das medidas?
Ter um plano de comunicação é uma estratégia correta e o governo já está bem atrasado com a medida. Entretanto, a comunicação não pode ser a saída para medidas desarticuladas e programas populistas que, no fundo, não traduzem as necessidades da população. Quando o governo fracassa nas suas medidas e na articulação política, não tem comunicação que de jeito.
Na internet o governo já promoveu algumas mudanças, começando de forma tímida a se comunicar com linguagens específicas para os seus diversos públicos. Muita coisa ainda precisa se ajustar, pois é muito fácil colocar a culpa na comunicação.
Por: Fernando Manhães