O boato na internet não é nenhuma novidade no meio jornalístico e muito menos na relação entre as pessoas. Ocorre que a internet amplificou tudo. Verdadeiro ou falso, bom ou ruim, o fato é que a internet, as redes sociais e a tecnologia deram uma nova dimensão aos “fatos”.

Por outro lado, temos as piadas, as brincadeiras que nem sempre são no tempo certo, que nem sempre são engraçadas ou de bom gosto. Na web, viraram posts ou “memes” que, como no mundo real, obedecem ao mesmo princípio das brincadeiras, da gozação e do humor. Juntando as duas coisas, notícias falsas ou ruins e brincadeiras sem noção, o resultado geralmente não é bom, o que acaba provocando a histeria de uns e a maldade de outros.

Recentemente, o governo do Estado publicou um post polêmico sobre o dia do jornalista. Quando percebeu sua repercussão negativa, apagou-o imediatamente e usou a própria rede social para tentar reverter o que havia sido divulgado.

Em outra ocasião, um grupo de estudantes de medicina da UVV tirou uma foto com os alunos de jaleco branco, as calças abaixadas e com as mãos faziam um gesto simulando uma genitália feminina. A foto era para o álbum de formatura, foi parar na grande rede e, como era de se esperar, viralizou.

Esses dois fatos isolados têm em comum a intenção de chamar a atenção, mesmo que, com isso, seus autores e respectivas ações corram o risco de serem interpretados de forma pessoal ou corporativista.

Apesar dos conteúdo duvidosos, como qualquer meio de comunicação, a internet depende de conteúdo de qualidade. O gigante Google tem procurado atuar para combater as notícias falsas e retirar de sua plataforma os produtores de “fake news”. Um dos seus procedimentos é a adoção da checagem dos conteúdos de publicidade em sua plataforma.

A internet, que parecia ser tão livre e democrática, cada vez mais busca encontrar os seus limites.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES