Com a expansão da telefonia celular no Brasil, segundo a Anatel, chegamos ao incrível número de 235,2 milhões de linhas móveis, temos mais celulares ativos do que brasileiros. Em contra partida, a telefonia fixa foi perdendo naturalmente o seu espaço, com pouco mais de 40 milhões de linhas ativas. Esse resultado segue a tendência lógica: para que fazer uma assinatura de um telefone fixo, se a telefonia celular cumpre sua função em casa ou fora dela? Bem, tudo isso em tese, pois a telefonia fixa depende de sinal.

Outro fato é que no passado mais distante, ter uma linha fixa era objeto de desejo e de status, pois possuir uma linha telefônica caracterizava a condição social do indivíduo. O tempo passou, as teles foram privatizadas e a telefonia celular só cresceu, enquanto o telefone fixo ficou parado no tempo.
Aí você pode estar se perguntando, o que levaria uma pessoa a contratar um serviço de telefonia fixa? Mercadologicamente é o que chamamos de demanda decrescente. 

As vantagens são poucas: sempre funciona, custo de ligação interestadual mais em conta e ao ter um telefone fixo, quando se faz algum tipo de cadastro, denota ter moradia fixa. Entretanto, as desvantagens são maiores e justificam plenamente a queda nas vendas de novas linhas e o crescimento dos pedidos de cancelamento dos serviços contratados. Você quase não faz ligações a partir dele, tem custo mensal e as pessoas que tem telefone fixo, também têm telefone celular. Então pra que manter um serviço que você quase não usa? Mas não é bem assim. Ligam para você! 

Fiz um monitoramento no meu número fixo e relaciono aqui as ligações recebidas num período de seis dias (de segunda a sábado): Em primeiro lugar, a própria operadora, no meu caso a Oi. Em segundo lugar empresas de telemarketing oferecendo serviços financeiros, em especial cartões de crédito. Em terceiro, ligações de instituições solicitando doações. Em quarto lugar empresas vendendo purificadores/filtros de água. Em quinto lugar, empresa de TV a cabo oferecendo internet. Em sexto, atividades diversas e por fim, em último lugar, minha mãe ligou para mim. Pra que serve um telefone fixo residencial? Tire suas próprias conclusões.

Fernando Manhães – É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da UFES