Recentemente, esteve em Vitória a publicitária Christina Carvalho Pinto, proprietária da empresa Full Jazz. Em sua apresentação, disse que um dos grandes problemas das agências de publicidade é que elas não são reconhecidas como segmento organizado da economia. Segundo ela, “as agências primeiro têm que ser vistas como um setor”.

Pois bem, no início de novembro, a Abap – Associação Brasileira das Agências de Publicidade – lançou um estudo desenvolvido pela Consultoria Deloitte no Brasil, baseado em um trabalho elaborado pela mesma organização de consultoria e auditoria para a Advertising Association do Reino Unido.

O objetivo do estudo foi justamente o de municiar os profissionais da propaganda com fatos, dados e números sobre as consequências positivas do seu
trabalho. Também tem por objetivo ampliar a percepção da importância da publicidade para os anunciantes e passar aos consumidores a amplitude dos
efeitos positivos da propaganda comercial nas vidas das pessoas

Mas tudo isso precisa chegar às lideranças e governantes. Eles precisam ter a consciência da relevância do papel que a publicidade ocupa em nosso sistema econômico e social.

Numa análise mais elaborada, veremos que a propaganda é muito mais do que um estímulo ao aumento das vendas das empresas. Ela assegura a competição de preços entre os anunciantes, garantindo a livre concorrência. Também possibilita a independência dos veículos de comunicação através das receitas publicitárias. Sua contribuição suporta as artes, a cultura, a economia criativa e os esportes, pois praticamente não há evento cultural, artístico ou esportivo que não tenha parte dos seus custos financiados pela publicidade.

O modelo econométrico utilizado nesta estimativa pela Deloitte tem como base o ano de 2014, e foi realizado por meio do isolamento do impacto do investimento publicitário. As estimativas indicam que,em média, cada R$ 1 investido em publicidade é capaz de gerar R$ 10,69 no PIB brasileiro. O investimento de R$ 33,5 bilhões em publicidade, realizado no Brasil em 2014, gerou R$ 958 bilhões na nossa economia.

O estudo demonstra que estamos nos organizando enquanto segmento e tornando muito mais transparente a relação com os consumidores.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES