Em recente matéria a revista inglesa The Economist, enfatiza a forma como a tecnologia tem gerado cada vez mais pressão sobre as agências de comunicação tradicionais em relação à mudança de elementos que chamam de “arcaicos e ineficientes de seus modelos de negócios”.  Isso devido à evolução tecnológica principalmente em função das plataformas digitais, capitaneadas pelos gigantes Google e Facebook.

O fato novo é que a combinação de dois fatores tem provocado uma série de reversões de expectativas e inversões de resultados. O primeiro é que os grandes investidores mundiais em publicidade perceberam que os altos investimentos em ações digitais, não refletem em mais vendas e maior visibilidade de suas marcas (e isso já acontece desde bem antes do escândalo dos dados manipulados pelo Facebook). E o segundo fator é que esse ambiente gratuito da web fragiliza os outros meios de comunicação e essa conta, aos poucos, está sendo apresentada para a sociedade.

Historicamente, as empresas de publicidade sempre estiveram na vanguarda das mudanças do setor. O problema é que não há um modelo ideal a ser seguido. Por outro lado, novos competidores passam a atuar no mercado com as consultorias com experiências digitais. Empresas como as multinacionais Deloitte e Acccenture, utilizam-se da sua proximidade com os anunciantes e colocam à sua disposição números, dados e ferramentas mercadológicas, formando um novo desenho publicitário.

Ocorre que a desintermediação dos meios e a falta de uma comunicação verdadeiramente integrada, torna a eficiência da publicidade questionável e o modelo, seja ele qual for, precisa ser sustentável. A cada dia, os verdadeiros profissionais e as empresas de comunicação buscam na inovação, na modelagem do trabalho, no talento humano e no ajuste da sintonia fina com os clientes, a reinvenção necessária para enfrentar novos desafios.

Como disse na própria matéria o Diretor de Estratégia da Publicis Rishad Tobacoowala, o 3° maior grupo de comunicação do mundo, “todos dizem que somos dinossauros, creio que não somos assim, somos cucarachas: sabemos como escapulir e nos esconder nos lugares, descobrimos comida onde não tem e nos reconstituímos”.

Fernando Manhães,

É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES