O mercado da comunicação tem sofrido dias horríveis nos últimos anos. O que era uma mudança silenciosa no início, caminhando a passos lentos, hoje avança na velocidade da luz. Como entender tanta transformação, se não conseguimos entender o básico da mudança do comportamento humano? Com as facilidades da tecnologia, fico me perguntando como atravessaremos os próximos anos sem o devido tempo para nos adaptar.

O futuro da comunicação está em jogo. O futuro do jornalismo, da publicidade, dos veículos de comunicação e dos fornecedores especializados em informação. Um caso específico é o da publicidade, área que é a base para a sustentação de diversos produtos e serviços e também a escolhida para financiar a maioria dos projetos de vanguarda nessa revolução em que vivemos. Basta olhar para o Google e tirar suas próprias conclusões. Neste novo ambiente de competitividade aguda, a mudança precisa gerar resultados tanto do ponto de vista da qualidade e do conteúdo, quanto do ponto de vista financeiro.

O que chamo de síndrome de Hamlet – ser ou não ser – é que caminhamos para ter todo e qualquer tipo de conteúdo e informação e não sabemos como cobrar ao certo por isso. O modelo gratuito, de baixo custo, nos leva ao seguinte questionamento: devemos abdicar do que foi conquistado até agora ou mudamos radicalmente para serviços baseados no volume, em formatos pré-estabelecidos e de custos reduzidos? É preciso ter consciência dessa nova realidade e desenvolver estratégias para fazer a gestão destas expectativas e entregas.

O fato é que a mudança não é uma questão de escolha, ela está aí acontecendo todos os dias. Na área da comunicação, novos serviços são oferecidos, como consultorias de marketing, branding, conteúdos especiais, estratégias on-line e outros. A questão aqui não é para onde vamos, e sim a caminhada.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES