ESTAMOS MAIS VELHOS E DAÍ?

Exatamente há sete anos, nesse mesmo espaço, narrei sobre como o mundo envelhecia e como o Brasil chegaria em 2025, como o sexto país do mundo em número de pessoas mais velhas. Pois bem, já estamos a um passo do próximo e as previsões se confirmam. Perdemos faz tempo o título de “país do futuro” e gradativamente, estamos nos transformando uma maioria de pessoas mais maduras. O que traz enormes desafios na garantia de diretos dos idosos.

Segundo estatísticas do IBGE, caminhamos com rapidez para um perfil demográfico cada vez mais envelhecido. E isso, na prática, não necessariamente significa um fato ruim. Entretanto, as razões para essa mudança devem-se basicamente à combinação de três fatores: a queda da mortalidade infantil, o aumento da expectativa de vida e uma taxa menor de fecundidade. Resumindo: morrem menos crianças, vivemos mais e as mulheres têm menos filhos. Assim, com o passar do tempo, teremos menos crianças e jovens e mais adultos e idosos.

Então, cabe-nos a pergunta: Estamos mais velhos e daí? Diante dessa realidade, o que podemos fazer para usufruir dessa nova fase da vida, em que, em tese, poderíamos aproveitar mais. Será que estamos preparados para um país maduro? Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde, em 2050 a população mundial com mais de 60 anos será de 2 bilhões de pessoas. Isso representaria algo em torno de um quinto da população do mundo. O Brasil segue também nesse ritmo.

Como ressignificar a vida madura, diante de tantos desafios? Existem questões importantíssimas a serem analisadas, como os aspectos financeiros, previdenciários, de saúde pública e privada, acessibilidades e mobilidades urbanas, habitacionais e mercadológicas. Aqui escolho a mercadológica, pois faz mais sentido no plano de como modificar a compreensão sobre o ciclo da vida humana.

O idoso ainda goza de uma imagem estereotipada na sociedade. Só de olhar o sinal representativo do idoso com bengala e todo curvado, doí minha espinha. Quando analisamos a linguagem, de uma forma genérica, ela é carregada de um excesso de protecionismo. Muitas vezes, caminhando para o preconceito do etarismo, principalmente no mercado de trabalho. No Brasil prevalece um modelo de “beleza juvenil”. O nosso padrão estético e culto ao corpo nos afasta de entender o envelhecimento como um processo natural.

A publicidade ainda é muito acanhada quando se trata de comunicar-se com os mais velhos. Os avanços da tecnologia, no mesmo tempo que inclui o idoso, possibilitado pelo acesso a internet e outras ferramentas tecnológicas, por outro lado, exclui com a dificuldade do domínio das técnicas que estão sempre em evolução. Há um campo mercadológico muito grande a ser explorado. Muitos produtos e serviços começam timidamente a se comunicar com linguagens especificas com os mais velhos. O tempo passou e o problema está posto. Há urgência. Muita coisa ainda precisa mudar.  

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