A palavra disrupção já faz parte do dia a dia das empresas, instituições e profissionais das mais diferentes áreas. No dicionário, é apontada como substantivo feminino e definida como uma interrupção do curso normal de um processo. Diz-se que algo é disruptivo quando interrompe, suspende ou se afasta do funcionamento normal.
Junto a clientes e alunos, seja no universo corporativo ou acadêmico, o que percebemos é uma associação quase automática entre as palavras disrupção, tecnologia e inovação, o que não deixa de ser real e necessário.
A questão é o que o ponto mais importante a ser levado em conta nesse contexto acaba embaçado quando o olhar privilegia o tecnológico em detrimento do humano: é fundamental ter a clareza de quais pessoas são ou podem ser disruptivas.
Pessoas criam tecnologias inovadoras, pessoas pensam em soluções para além do óbvio, pessoas desenvolvem formas mais eficientes de fazer as mesmas coisas, pessoas mudam o rumo do mundo dos negócios, do trabalho e das corporações, ou seja, pensam fora do contexto atual.
Empresas disruptivas também são feitas por mentes disruptivas. E aí temos a pergunta mais difícil a ser respondida: o que torna as pessoas disruptivas? O que diferencia alguém que muda o rumo das coisas, que imprime sua marca e seu jeito de ser e fazer, daquele outro que todo dia faz tudo sempre igual?
Em minha opinião, acertou quem respondeu que o cerne de tudo é a educação. É pela educação que se fomenta a curiosidade, que se estimula o pensar e o olhar mais amplo, que se constrói mentes disruptivas, líderes disruptivos, empresas disruptivas e um mundo disruptivo. Como dizia o publicitário Júlio Ribeiro, a mente é uma faculdade operária, nos ensina amarrar os sapatos, mas não nos ensina poemas de amor.
É claro que, num país com tantas deficiências no sistema educacional como o nosso, o desafio é enorme. Porque a educação de qualidade é o que abre possibilidades para a construção dessa cultura. Isso vale da educação infantil à pós-graduação, porque disrupção, é um processo contínuo, que não se encerra. Ao contrário, se renova, se constrói e se reconstrói. No meio organizacional, cabe aos líderes investir na educação de qualidade para si mesmos e para suas equipes. Isso claro, se o objetivo é perenizar negócios, construir marcas fortes, sair na frente num cenário cada vez mais competitivo e encarar com criatividade o mundo de oportunidades que se abre todos os dias diante de nós. Fica o convite à reflexão e à ação por uma sociedade, de fato, disruptiva.