No mês passado assisti no Rio de Janeiro a uma palestra do publicitário Walter Longo – CEO da Editora Abril que recentemente assumiu o cargo e também o desafio de reverter a forte tendência de declínio do meio impresso. Neste caso específico, o meio revista. Segundo o publicitário, a era do marketing pós-digital requer uma “alma digital”. Algo maior do que a revolução tecnológica ou do que simplesmente depositar na inovação a capacidade de resolver todas as situações. E que isso não é uma percepção. É a realidade.

Creio que a evolução humana só foi possível pois o homem focou no futuro. Olhou para a frente. Avançou sobre os seus erros. E o inconformismo da mudança o fez caminhar. Entretanto, a experiência das marcas e dos consumidores gera novas relações. Talvez seja preciso usar menos ferramentas e mais novos comportamentos. É a convivência com o real e a tendência do virtual. O marketing como aprendemos no passado pode estar com os dias contados, pois existe uma transformação dos meios de comunicação que não é mais silenciosa. Ela é evidente. Exibida e que se escancara por todos os lados.

Para Longo, “a excitação e o medo caracterizam esta nova era”. Relações fugazes, a convivência com e entre as máquinas, a tensão das marcas e uma profunda capacidade de adaptação marcam esse novo tempo. É uma era de incertezas, de imprevisibilidade.

Para ele existem quatro tendências no mundo pós-digital: a efemeridade (o imprevisível), a mutualidade (convivência das máquinas), a sincronicidade (fatos que alteram comportamentos) e a tensionalidade (o que era especial ficou trivial). Tudo é efêmero e ganha novos contornos. Fica difícil de definir. Difícil de segurar. É uma revolução das coisas que nos atingiu de forma tão acachapante.

Teremos que ter uma capacidade de absorção da informação e, consequentemente, de produzir soluções para o nosso dia a dia que sejam sustentáveis. Afinal o progresso deve está a serviço do homem. Que seja retroalimentada para nos proporcionar uma vida melhor e com mais felicidade. Talvez para entender o que irá acontecer na era do marketing pós-digital tenhamos que olhar para o passado, estudar o presente e melhor projetar o nosso futuro.

Fernando Manhães,


É o Diretor do Grupo Prix e professor do curso de Comunicação Social da UFES