Os efeitos da pandemia têm provocado muitas mudanças de comportamento e de hábitos dos consumidores. Estamos experimentando modelos de abordagens publicitárias junto aos clientes e muitas vezes os resultados não são os esperados. Fomos forçados, de um momento para o outro, a nos distanciar das pessoas e muitas vezes também das marcas. Nunca, na era moderna, a tecnologia foi utilizada com tanta celeridade para aproximar pessoas que estavam distantes e concomitantemente provocou o afastamento dos que estavam tão perto. Passamos a nos comunicar com pessoas do outro lado do mundo e, ao mesmo tempo, deixamos de nos comunicar com as pessoas do outro lado da rua.

E na complexa engrenagem do branding, os anunciantes voltaram seus olhares para a publicidade. O digital até então um diferencial, tornou-se obrigatório e normal. A disputa pela atenção dos canais digitais aumentou muito e os resultados mostram que o digital não faz milagre e que não evolui sozinho. A publicidade está cada vez mais diversa e plural. Os formatos que muitos já preconizavam como obsoletos, voltam a ser disputados. Basta observar a performance do meio televisão e das rádios. Ser diferente e se destacar dos outros, ainda é o papel mais relevante da publicidade, atua como elo da ligação entre os consumidores e as marcas.

Ter diversidade, significa dizer que as empresas querem e desejam um novo olhar, novas vivências e consequentemente, uma comunicação mais assertiva. Uma comunicação mais transparente, que lide com pessoas diferentes que querem ser abordadas como tal. Pedem apenas para serem tratadas como indivíduos e não como números. Com o tempo essas diferenças foram sendo evidenciadas, mas ainda são pouco representativas na comunicação dos anunciantes. Uma geração pós-pandemia pode exigir das marcas novas atitudes, atitudes que envolvam causas verdadeiramente legítimas e que tragam um novo significado para a vida das pessoas.  Com a publicidade isso não será diferente. Ela terá que ser cada vez mais diversa, abrindo o caminho para consumidores mais conscientes, o que não significa a perda de eficiência e vendas. Muito pelo contrário. As marcas e suas causas farão ainda mais sentido.

Fernando Manhães – É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da UFES.